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Formação

 Devemos estar atento aos sinais de Deus

O Evangelho de Lucas no domingo passado nos falava do Batismo de Jesus, a partir do qual o Senhor inicia a sua vida pública, neste 2º domingo do tempo comum, o Evangelho de São João apresenta-nos outro episódio que marca o início do seu ministério. Trata-se da narração das bodas de Caná, onde resplandece, por assim dizer, o aspecto mariano deste início. Deus Pai, Deus Espírito Santo, São João Batista tiveram um papel importante. Maria teria ficado na sombra, se o evangelista São João não nos tivesse narrado o que
sucedeu nestas bodas. Não foi pouca coisa. Nelas, Cristo “deu início aos seus milagres, manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele”.
Não é o pão, nem a carne, não é o mínimo necessário, que falta nas bodas de Caná! Ali, em pleno banquete nupcial, acaba por faltar o vinho e, com ele, falta o sinal da alegria do coração e da profusão do amor!
Ao escolher, como cenário do seu primeiro milagre, umas bodas de casamento, em Caná da Galileia, Jesus dá um claro sinal e marca toda a diferença: Com Ele, está connosco o Noivo, e por isso não há lugar para o
jejum, para o luto e para a tristeza! Ele chama-nos para a alegria e para a
festa, de uma vida, em aliança e em comunhão com Ele! Sem Jesus, o sangue da nossa alegria “fica passado a água” e a nossa vida perde a sua alma!
O VINHO: E tendo faltado vinho, diz a mãe de Jesus a ele: Não tem vinho.
O VINHO: era como o sal para a comida. Faltando o mesmo, o banquete de bodas não tinha razão de ser. Era o fim. Maria, como mulher, estava atenta às necessidades do banquete. Ela se deu conta do fato. Se como a tradição supõe, as bodas eram entre um filho(a) de Cleopas, irmão de José, o esposo de Maria, o interesse desta última era evidente.
A MÃE DE JESUS: No quarto evangelho, a mãe de Jesus aparece somente duas vezes: uma, neste episódio, a outra, no Calvário (19, 25). Com isso, está insinuado a participação de Maria na Redenção. Entre os dois
acontecimentos, Caná e Calvário, existem várias analogias. Situam-se uma no início e outra no final da vida pública, como para indicar que toda a obra de Jesus está acompanhada pela presença de Maria. Seu título de Mãe adquire ressonâncias especialíssimas: Maria atua como verdadeira mãe de Jesus nesses dois momentos nos quais o Senhor manifesta a sua divindade.
Ao mesmo tempo, ambos os episódios, assinalam a solicitude de Maria como verdadeira mãe: no primeiro dos esposos, no segundo de Jesus.
No primeiro intercede ao filho. No segundo oferece ao Pai a morte do Filho. E se torna mãe dos discípulos amados do Filho ao recebê-la estes como própria.
NÃO CHEGOU MINHA HORA: A Hora de Jesus é o tempo de sua manifestação como Messias ( Jo 7, 6), tanto como o de sua paixão (Jo 8, 20) ou de sua glorificação pelo Pai (Jo 12,23). Especialmente em Jo 7,6 são seus parentes os que pedem uma manifestação do poder de Jesus. E é agora que sua mãe pede também essa manifestação. Um ato de poder especial, um milagre. O que é confirmado pela escusa de Jesus. Sendo, porém a sua resposta uma negativa, Maria sabe que essa negativa não pode ser absoluta;
e por isso deixa nas mãos do Filho a solução do problema. Ela pede para atuar e não admite recusa alguma: Fazei o que ele vos disser.
A TRANSFORMAÇÃO:  Todo homem primeiro põe o bom vinho e quando estão embriagados então servem o pior; tu tens reservado o bom vinho até agora(10). O parêntese sobre os serventes indica que não houve
mágica nem truco algum, pois os serventes sabiam bem qual era a procedência do vinho. Jesus não fez nada e tudo foi feito sob suas ordens pelos serventes que eram as melhores testemunhas.
COMENTÁRIO: Este, o princípio dos sinais Jesus fez em Caná da Galileia e manifestou sua glória e creram nele os seus discípulo.
SINAL: Para João, o milagre mais do que um fato sobrenatural é um sinal de que o poder de Jesus é um poder divino e, portanto que obrando dessa forma está mostrando sua glória, isto é, seu divino poder. Daí que logicamente os discípulos vissem Jesus como alguém unido intimamente à divindade. Por isso os discípulos, cinco deles, creram nele como representante da autoridade de Deus na terra.
Devemos difundir verdadeiramente a alegria do Evangelho, como Jesus, em Caná, a partir da família, de casa em casa, de coração a coração, de pessoa a pessoa, de crente para crente. É a vós, queridos leigos, que compete levar o fermento do Evangelho à família, ao grupo social, ao meio profissional (AG 21). Está nas vossas mãos «transformar» o estilo pastoral da missão, como da água para o vinho, deixando transbordar do coração, em todos e por toda a parte, a alegria do Evangelho!

Pe. Adelício Lopes Santos 

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