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1º Domingo da Quaresma

Foto do escritor: PascomPascom



No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa existência, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projetos. O Senhor Deus plantou um jardim em Éden.

A primeira leitura Gen 2,7-9;3,1-7 afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. A primeira parte (Gn 2,7-9) do texto apresenta-nos dois quadros significativos.

O vers. 7 trata da origem do homem: “o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe nas narinas um sopro de vida”.

No entanto, o homem formado da terra não é apenas terra, pois elerecebe também o “sopro” (“neshamá”) de Deus. É a vida que vem de Deus que torna o homem vivo… O homem tem qualquer coisa de divino; a vida do homem procede, diretamente, de Deus.

No segundo quadro (vers. 8-9), o autor jahwista reflete sobre a situação do homem criado por Deus… Para que é que Deus criou o homem? Na perspectiva jahwista, o homem foi criado para ser feliz, em comunhão com Deus. Para descrever a situação ideal do homem, criado para a felicidade e a realização plena, o jahwista coloca-o num “jardim” cheio de árvores de fruta.

Na segunda parte do nosso texto (cf. Gn 3,1-7), o autor jahwista reflete sobre a questão do mal. De onde vem o mal que desfeia o mundo e que impede o homem de ter vida plena? Esse mal vem das opções erradas que, desde o início da história, o homem tem feito.

A Quaresma comemora os quarenta dias que Jesus passou no deserto, como preparação para esses anos de pregação que culminam na CRUZ e na glória da Páscoa. Jesus vence todas as tentações. A narrativa das tentações que Jesus sofreu mostra que Jesus “foiexperimentado em tudo” (Hb 4, 15), comprovando também a veracidade da Encarnação do Verbo de Deus. Por isso, a existência do ser humano nesta terra é uma batalha contínua contra o mal. É esta luta contra o pecado, a exemplo de Cristo, que devemos intensificar nesta Quaresma; luta que

constitui uma tarefa para a vida toda.

O demônio promete sempre mais do que pode dar. A felicidade está muito longe das suas mãos. Toda a tentação é sempre um engano miserável! Mas, para nos experimentar, o demônio conta com as nossas ambições. E a pior delas é desejar a todo o custo a glória pessoal; a ânsia de nos procurarmos sistematicamente a nós mesmos nas coisas que fazemos e projetamos.

O pecado de Adão marcou toda sua descendência Adão representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da salvação e da vida plena; Jesus é o homem que

escolhe viver na obediência às propostas de Deus e que vive na obediência aos projetos do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; o esquema de Jesus gera vida plena e definitiva.

A Campanha da Fraternidade e a sua notoriedade.

A Campanha da Fraternidade 2023 como tema: “Fraternidade e Fome”, com o lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). aponta para a sua notoriedade, pois é realizada sempre durante a Quaresma, convocando a todas as pessoas, os cristãos, os fiéis leigos e leigas para participar do grande mutirão conta a fome, em vista de amenizar a realidade de pessoas que passam por dificuldades na alimentação. Quanto mais as pessoas forem sensíveis à realidade da fome, tanto mais serão humanas e viverão a alegria da Palavra de Deus, dando a cada uma de comer, e encontram a felicidade neste mundo e um dia na eternidade, na vida eterna.

A mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano, é um convite Ascese quaresmal, itinerário sinodal. Nela, o Pontífice faz um convite a colocar-se a caminho no seguimento de Jesus para aprofundar e acolher o seu mistério de salvação, e destaca a relação entre o caminho quaresmal e o caminho sinodal que nós, como Igreja, nos comprometemos a realizar, radicados na

tradição e abertos para a novidade.

“Neste tempo litúrgico, o Senhor nos toma consigo e nos conduz à parte.

Embora os nossos compromissos ordinários nos peçam para permanecer nos lugares habituais, transcorrendo uma vida quotidiana frequentemente repetitiva e por vezes enfadonha, na Quaresma somos convidados a subir «a um alto monte junto com Jesus, para viver com o Povo santo de Deus uma particular experiência de ascese”.

Em sua mensagem, Francisco explica que a ascese quaresmal “é um empenho, sempre animado pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências de seguir Jesus pelo caminho da cruz”.


Pe. Adelicio Lopes Santos

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